Samhain

O fim do ano velho, o começo do novo...
Como uma Fenix, o velho morre dentro e fora de nós, para dar espaço ao renascimento.... 

Caminho descalça por trilhos cobertos de folhas das árvores,
para me refletir nesse desapego, nesse deixar ir o que já não serve mais, nessa vulnerabilidade de me despir e me fundir com a floresta...até ser semente...para renascer mais tarde...reinventada e em expansão... 

Os véus entre mundos dissipam-se,
e permitem abraçar e agradecer aos que vieram antes de nós.
Por momentos temos acesso à Luz e Sabedoria dos Antepassados... 

Somos abençoados com a escuridão,
para podermos mergulhar na nossa sombra,
e plantarmos estrelas para iluminar novos sonhos... 

Regressamos à caverna ancestral, de uma montanha que nasceu antes de todos nós...
E, nesse útero da terra,
se escutarmos atentamente,
ouvimos todas as histórias que vivem dentro nós e que vamos esquecendo ao longo do tempo... 

Num silêncio profundo,
numa rendição absoluta,
num vazio fecundo...
ouvimos ao longe um chamado vindo dos confins da voz da Grande Mãe...
Um chamado para nos perdermos numa névoa mágica, por uns tempos...
Até encontrarmos novamente uma estrada que nos leva mais longe, do que jamais nos permitimos ir... 

Que a estação escura,
nos permita ver com olhos repletos de luz...