Que o Amor nos salve da vida...
E dos abismos dentro de nós...
De asas abertas e coração ritmado,
de olhos fechados a tecer teias luminosas,
que vão desvelando caminhos sinuosos,
que nos levam a lugares distantes
jamais sonhados...
Que todas as noites escuras e vazias
nos apontem de seguida madrugadas de celebração...
Algures, numa floresta mansa,
alguém me segredou,
que mesmo que o mundo acabe,
voltaremos a erguer-nos...
Passamos o arco do fogo,
sem nos queimarmos,
saimos das sombras e inventamos outros mundos..
Há um apelo que nos chama,
selvagem e encantador,
como o mar turbulento,
como um livro de poemas,
como os acordes de uma guitarra,
como uma balada harmoniosa,
como o som de uma flauta encantada,
ou uma estrada sem direções marcadas...
Como um grito distante ou um sussuro ao ouvido...
E com o cálice erguido,
bebemos do vinho novo
no ritual do solstício...
E o sol que não quer partir
para o outro lado do mundo,
e teima em ficar,
a dourar tudo à sua volta...
Acreditamos em tudo,
Rodopiamos ao som de harpas,
e nutrimo-nos de doce ternura,
até os olhos se incendiarem,
e voltarmos ao nosso refúgio escondido,
saboreando os prazeres do jardim dourado.
Pintamos a cara com cores fortes
e desvendamos verdades ancestrais.
Não somos heróis,
apenas corajosos cavaleiros
em demanda pelo mundo,
dentro de um sonho cintilante...
Procuramos tesouros profundos,
buscamos por nós próprios nos sitios mais improváveis e esperamos...
Que o Amor nos salve da Vida...
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