O apelo da Floresta era irresistível...
Fui deslizando no pequeno barco, embrenhando- me no verde,
a água desenhava um rasto silencioso à minha passagem,
era como se flutuasse num sonho...
Comecei por ouvir um som quase imperceptível...
que se foi tornando mais audivel...
Vozes ? música...?
Parei de remar, sustive a respiração...tornei-me quase invisível...
Como se fizesse parte de todo aquele verde vibrante, vivo e cintilante...
E foi então que os vi...primeiro só um... depois outros começaram a aparecer...
Pequeninos, risonhos, amistosos e curiosos...o Pequeno Povo dos Cuidadores da Floresta !

Eram eles que cantavam para as árvores, que plantavam sementes na Primavera para os animais terem comida suficiente na época fria, que reparavam os ninhos dos pássaros sempre que era necessário, que vigiavam os sonhos dos ursos durante a hibernação nas cavernas, que construíam diques para a água chegar onde era necessária ..e que faziam muitas outras tarefas, para que a Floresta fosse um lugar feliz de se viver.

Pedi-lhes se podia ficar com eles, viver na Floresta, andar descalça, dançar ao som das suas músicas, cuidar dos animais... Responderam que tinha de voltar para o Mundo dos Homens. Levar comigo uma semente, daquelas mágicas que o seu Povo guardava há milénios.... Devia plantá-la na terra, esperar que uma Árvore de verde cristal crescesse e quando os seus ramos estivessem cheios de folhas, espalhá-las pelos 4 cantos do mundo... Acordei com o despertador. Despertei do sonho.... Levantei-me para mais um dia, igual aos outros...
Mas, quando sai para a rua, à minha porta tinha uma semente no tapete.

Apanhei-a ... e pelo caminho plantei pequenos pedaços daquela semente.

Nesse dia, quando voltei para casa ao final da tarde, as árvores tinham um Verde luminoso, como nunca tinha visto no Mundo dos Homens...