Na sci num ano Cavalo de Fogo ! Muitas mulheres foram mortas, logo à nascença, por serem Cavalo de Fogo. Eram consideradas indomáveis... Fui moldada num barro Antigo e forjada no ferro das Guerreiras ! Foi com essa Força que nasci neste Mundo e honro todas as mulheres que vieram antes de mim e as do presente, que preservam o Feminino integro, selvagem e sagrado. Quando ergo a minha espada, é em nome da Paz e do Caminho mais difícil de caminhar - o do Coração! Com os olhos postos além das ilusões, dos véus e das ambiguidades... por vezes com as feridas expostas e com as lágrimas a correr, mas sabendo que só assim os meus passos encontram a estrada certa, apontada pelas estrelas que me guiam... Expor ao exterior o que vive dentro, é o que me traz alegria, genuidade e vontade de viver! É assim que a minha Alma dança com toda a sua integridade! É assim que honro também todos os Homens que percorrem esta mesma estrada e são Guardiões deste Feminino. Foi assim, ao longo dos tempos, que ...
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Vesti-me a rigor... Existem muitas celebrações no Reino de kandur. Mas acima de todas as celebrações, há um dia especial... o dia em que o sol faz um alinhamento perfeito com a lua de Kandur. Nesse dia todos se vestem a rigor... as mulheres enfeitam-se com colares mágicos, flores no cabelo e os seus vestidos mais bonitos. Os homens usam os seus mantos de bordados e coroas forjadas na Época Antiga. No dia do alinhamento todos se reunem junto ao Lago Sagrado, que só se torna visível nesses dias especiais. O Lago permite que todos se espelhem nele e que vejam o seu reflexo...que vejam tudo o que é visível e não visível acerca de si próprios... é uma visão pura, sem máscaras, nem subterfúgios. Olhei o Lago e vi todas as ações, palavras, pensamentos, intenções, todas as matizes de Luz e Sombra que habitam em mim... Olhei nos olhos do Destino e vi mil caminhos distintos... ele riu-se do meu espanto e antes de sumir nas águas, ouvi-o murmurar: "Sou o Guardião daquilo que quiseres Ser, an...
Solstício de Inverno O dia já fechou os olhos há horas... E deu lugar à noite mais longa do ano... Nas profundezas do escuro, há clarões de brilho de estrelas... É tempo de observar o renascimento do Deus Sol... A pouco e pouco o dourado dos dias irá alongar-se e as sementes adormecidas vão sentindo o calor que as fará desabrochar na estação seguinte... É tempo de renovar a esperança, a coragem, a criatividade, o amor e a vontade de trilhar novos caminhos... É noite de vigília, de plantar sonhos, de recolher dentro de um mundo escuro, fecundo, acolhedor e nutridor... De acender as velas e pedir bênçãos que nos iluminem a vida... Cheira a alecrim, hibisco e cedro... Ouço os risos das Fadas e os seus pés leves em danças coloridas numa floresta que conheço tão bem... Também os Elfos se reúnem em circulo e erguem os cálices em honra do Sol ... Aqui, no Mundo dos Homens, mantenho os olhos fixos na descoberta de tudo o que a escuridão me mostra... Há uma sensaçã...
+ A entrar em "Espírito Natal"... Em oração, montei o meu Altar em honra ao Regresso da Luz que esta época representa. Em gratidão a todos os que vieram antes de mim e celebraram durante séculos e séculos, muito antes do nascimento de Cristo e também depois Dele caminhar na Terra. Yule/Natal representa o renascimento do Deus Sol, o Festival da Luz. Todas as tradições cristãs desta época foram buscar as suas comemorações à Época Antiga, desde enfeitar o pinheiro com representações do sol, da lua e das estrelas, ao tronco de Natal, ao azevinho, simbolo da União de Deus e da Deusa, à reunião da família... Que este retorno da Luz ilumine o Coração dos Homens, para que nos tornemos evolução Humana, que ilumine as nossas sombras e nos faça ver para lá dos véus dos egos e das vaidades sem sentido. Que o brilho entre no peito e toque cada cantinho que precise de cura e nos dê a coragem necessária para seguir em frente, sendo melhores e mais conscientes que no dia anterior. Grata ao...
Podia ter sido um dia "normal"... Sem nenhuma história de especial ... Mas passei na praia... Volto sempre aos braços do mar... Volto sempre ao som da água a rebentar na areia... É o mesmo ritmo das minhas ondas, da minha batida... Depois de caminhar, por algum tempo... Encontrei-o ! Um livro...uma história! Uma praia deserta ... E só eu e uma história... Escrita à mão... Sentei-me e abri o livro... As primeiras páginas já não existiam, e havia outras muito danificadas... Nunca saberei como a história começou... Li fragmentos da vida de um homem que viajou pelo mundo inteiro... Que visitou países exóticos, desertos, selvas e montanhas... Que descreve o que sentiu, as gentes que conheceu, as culturas que os seus olhos viram, os caminhos que percorreu... Descreve a sua própria Alma e a sua demanda neste mundo...talvez, como um cavaleiro de Artur o teria feito ! No final do livro, havia um envelope aberto... Dentro tinha uma carta... Desdobrei-a quase em reverência... Sentindo ...
Olhei para o alto... para a lua... e uma luz prateada tocou-me no rosto e na Alma... A Lua tem o dom de me lembrar do naturalmente selvagem e humano que brilha dentro de mim... Ouço o uivar dos lobos... e sei que é a linguagem que usam para comunicar com a terra e o céu... A forma que têm de se apresentar ao mundo e fazerem-se ouvir... Juntam-se a todos os outros sons do mundo... E só assim o Círculo se completa... Fecho os olhos e sinto Vida em cada milímetro da pele... Também eu junto o meu som...feito de silêncio e de sentir.... ao cântico que vai aumentando gradualmente... e se espalha por cada canto da floresta... É tão belo... Tão fascinante.... Tão sedutor... Tem instinto... Perceção.... Liberdade ancestral... Sensualidade... Há um lugar qualquer, algures no tempo... que volta para mim, com todo o seu esplendor, quando a luz prateada me toca no rosto e na Alma... É assim que me é devolvido o fogo... enquanto morro e renasço... e sei...
Quando lanço algo de mim ao Mundo, que seja tudo o que Sou ! Seja nos relacionamentos com os outros, nas atitudes, nas palavras e do que em silêncio e no plano invisível existe em mim.... Numa vida já distante... e munida do meu arco e flecha mágicos, oferta dos últimos Druidas do Reino... lancei a seta que me restava... com foco, intenção e coração... num impulso de que ela viajasse através do tempo... E chegasse ao lugar onde me encontro agora... Para que nunca esqueça a Ilha onde fui feliz. Os ensinamentos que me moldaram a Alma... o meu Amor que tinha olhos de mar e que eu amava profundamente... o Lago onde espelhava a minha Visão... As palavras na Língua Antiga das Sacerdotisas, que dissipavam as brumas, ainda ecoam na minha memória... O manto era tecido ao som de cânticos, e continuo a senti-lo sobre os meus ombros... Sei de cor a disposição das pedras que enfeitavam os Altares... Quando se aproximava a lua cheia, acendíamos o fogo no centro da Ilha de Cristal.....